Socialização: A importância dos pets conviverem com outros bichos e humanos

A socialização é o processo no qual nossos bichinhos são apresentados a diferentes estímulos para que possam se relacionar de maneira saudável com outros animais, ambientes, pessoas, sons e até mesmo texturas. Esse conceito é explicado pela médica-veterinária pós-graduada em etologia, que realiza atendimentos na área de comportamento animal no Centro Veterinário Pet Care – unidade Ibirapuera, Isabella Gavioli Martins.

Segundo a profissional, essa é uma etapa importante no desenvolvimento dos animais de estimação e pode prevenir ou evitar o surgimento de medos, fobias, ansiedade e comportamentos agressivos. “Um pet bem socializado tende a lidar melhor com mudanças, a se comunicar com clareza e de forma saudável com outros animais e pessoas e a viver com mais equilíbrio emocional”, explica.

Quando começar a socialização de cães e gatos?
O processo de socialização pode ser iniciado ainda com o animal filhote. Martins comenta que essa fase é chamada de “período sensível ou de socialização” e nela o cérebro do pet está mais receptivo a aprender e formar associações com o mundo ao redor.

A socialização deve ser iniciada a partir da fase de filhote dos pets (Foto: Reprodução)
O período sensível nos gatos ocorre entre os dois e três meses de vida e nos cães entre os três e quatro meses. No entanto, existem diferenças na socialização de felinos e caninos. “Cães tendem a ser mais sociais e adaptáveis, enquanto os gatos são mais territoriais e sensíveis a mudanças. Porém, eles também podem se tornar bastante sociáveis se socializamos adequadamente”, afirma.

Com isso, a doutora cita que a socialização dos gatos precisa ser ainda mais gradual do que a dos cães e realizada sempre respeitando o ritmo individual do animal e utilizando associações positivas e controle ambiental.

Além disso, vale ressaltar, que no período em que os pets são filhotes está ocorrendo a vacinação primária. “Ao mesmo passo que devemos socializar nossos animais, também é necessário estarmos atentos ao risco de contaminação a possíveis doenças. Por esse motivo, apenas é recomendado apresentar o cão ou gato a outros animais vacinados e realizar os demais estímulos em ambiente controlado e sem risco”, comenta a profissional.

Como realizar a socialização dos pets?
De acordo com a veterinária comportamentalista, a apresentação de diferentes estímulos aos pets deve ser feita de forma gradual e positiva. Para isso, é indicada a associação com petiscos, elogios ou até mesmo brinquedos.

“Durante esse processo é essencial respeitar os limites emocionais do animal, regredindo os estímulos sempre que o mesmo apresentar qualquer sinal de desconforto ou medo”, aconselha.

Com os gatos o processo de socialização deve ser mais gradual do que com os cães (Foto: Reprodução)
Contudo, as etapas da socialização, muitas vezes, são diferentes de acordo com a idade do pet. Isabella esclarece que animais adultos podem carregar vivências prévias negativas ou traumas. Por isso, pode ser necessário buscar por profissionais qualificados, como adestradores positivos e/ou médicos-veterinários comportamentalistas, para auxiliar no diagnóstico e tratamento adequado.

“De um modo geral, nesses pets serão trabalhadas técnicas de dessensibilização e contra-condicionamento para promover associações positivas com o que antes era temido. Em alguns casos, se for necessário, pode-se associar o uso de medicações”, explica.

Já os animais idosos apresentam limitações sensoriais, cognitivas e físicas. Por esse motivo, a doutora reforça que o processo de socialização deve ser ainda mais gentil e cuidadoso e realizado respeitando os sinais de desconforto e evitando situações estressantes.

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